sexta-feira, 22 de novembro de 2013

artigo A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO CONTEXTO PROFISSIONAL



  
 
A IMPORTÂNCIA A LÍNGUA PORTUGUESA NO CONTEXTO PROFISSIONAL
Muita coisa mudou no mundo empresarial, por isso é comum encontrarmos nos classificados de empregos solicitações de domínio de tecnologias e de língua estrangeira. Então fica a pergunta, por que a preocupação de um artigo com a importância da língua portuguesa? Subentende-se que, se é solicitado o domínio de uma língua estrangeira, a língua materna deva ser dominada. Você deve então estar me questionando: “se a língua portuguesa é minha língua materna, não a domino?” É necessário, então, um novo esclarecimento: não existe uma única língua portuguesa, e não estou me referindo à comparação entre a língua em diferentes países lusófonos (países africanos, asiático e europeu  que falam língua portuguesa), refiro-me às línguas portuguesas aqui do Brasil. Bem preconizou o linguista Evanildo Bechara: “É preciso ser poliglota na própria língua”. Essa expressão parece paradoxal, mas não é. Como já afirmamos, não existe só uma língua portuguesa falada no Brasil e também não me refiro às transformações ao longo do tempo.  Ler um jornal de séculos e décadas anteriores revelam as mudanças da língua, mas há mudanças  também em comparações sincrônicas. Algumas situações: viajando para outros estados deparamo-nos com expressões por vezes  inusitadas; às vezes é difícil conseguir conversar com pessoas com idades diferente por usarem expressões típicas do seu grupo etário; um texto jurídico ou mesmo uma bula de remédio, mesmo sendo língua portuguesa torna-se, por vezes, estrangeirismos.
Mas centralizemos nossa discussão na proposta do título: o contexto profissional solicita certos protocolos da língua. O linguista aqui citado compara a língua a uma roupa. Há uma etiqueta social que indica qual roupa usar em determinado contexto. Alguns defendem que o importante é comunicar, assim como o importante é estar vestido, mas a linguagem, como roupagem,  como discurso, símbolo, ajuda a compor uma imagem, por isso, a inadequação pode ser negativa. Dominar os procedimentos de sua área profissional, sua área de atuação, mas não conseguir expressar seu conhecimento  é incoerente, e não adianta declarar “peço para meus assessores me ajudarem”. Como explicará claramente o que quer? Ou melhor, antes de ser o chefe e ter assessores,  como terá passado na seleção, em meio há tantos concorrentes? Bastará apenas conhecer bem sua profissão?
 No contexto profissional, sobretudo naqueles que exigem produção escrita, apresentações, a norma cobrada é a culta, com correção gramatical; os textos devem ser claros, objetivos, sem serem ríspidos; devem  ser bem escritos, sem serem retóricos ou coloquiais.  Na oralidade, no contexto informal, os desvios em relação à norma culta passam despercebidos, até mesmo por que outros recursos se fazem presentes: gestos, entonação, cumplicidade na interação, presença física, compartilhamento do contexto comunicativo; Por isso transplantar as características de produções de um contexto informal para o formal pode ser inadequado e pouco produtivo. Sabemos que os recursos tecnológicos podem auxiliar e muito na produção escrita, eles mudaram também a intensidade e a forma de se comunicar, mas também é preciso conhecer esses recursos para usá-los producentemente... E isso é tema para um próximo artigo: “E-mails profissionais, abreviações, corretores ortográficos, pesquisas na internet, redes sociais... Como fazer um bom uso?”
http://www.gruposulnews.com.br/flip.php?id=161 (página 14)
 Edição 2743 - 22 a 29 de novembro de 2013

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